Em geral, para configurar túneis no MikroTik (como VPNs, túneis GRE ou qualquer outro tipo de túnel ponto a ponto), é muito útil que pelo menos um dos endpoints tenha um endereço IP público fixo.
No entanto, nem sempre é absolutamente necessário e existem maneiras de lidar com situações em que os terminais possuem IPs dinâmicos ou privados.
Explicamos como:
Quando uma ou ambas as extremidades possuem um IP público fixo
- Situação ideal: Quando uma das extremidades possui IP público fixo, a configuração e manutenção do túnel é mais fácil, pois esta extremidade pode funcionar como uma âncora estável para o túnel, à qual a outra extremidade (com IP dinâmico ou privado) pode se conectar.
Quando ambas as extremidades têm IPs dinâmicos
- Uso de serviços DDNS: se ambos os pontos de extremidade tiverem endereços IP dinâmicos, você poderá usar serviços de DNS dinâmico (DDNS) para manter um endereço consistente apesar das alterações nos IPs. MikroTik suporta vários serviços DDNS, permitindo que cada endpoint atualize automaticamente seu registro DNS quando seu IP muda, mantendo assim a acessibilidade do túnel.
- Peering de VPN com inicialização dinâmica: alguns protocolos VPN, como OpenVPN ou IPsec, permitem que o túnel seja iniciado em qualquer extremidade e podem lidar com alterações em endereços IP sem exigir um endereço fixo. Isso geralmente é feito configurando roteadores para tentar estabelecer ou restabelecer periodicamente o túnel ou ao detectar que a conexão foi perdida.
Quando ambas as extremidades estão atrás do NAT
- Usando passagem NAT: Para situações em que uma ou ambas as extremidades estão atrás de um NAT, tecnologias como NAT Traversal (NAT-T) para IPsec ou configuração de encaminhamento de porta podem ajudar a estabelecer e manter o túnel. O NAT-T permite que o IPsec trafegue através de dispositivos NAT encapsulando pacotes IPSec dentro de pacotes UDP.
- Configuração de encaminhamento de porta: Se você usar túneis que não suportam nativamente NAT-T, como alguns tipos de túneis GRE, você precisará configurar o encaminhamento de porta no NAT para permitir o tráfego de entrada para o dispositivo MikroTik interno.
Considerações
- Segurança e estabilidade: Ter pelo menos um endpoint com IP fixo melhora a segurança e estabilidade do túnel, pois reduz a complexidade da configuração e o risco de interrupções por alterações no endereço IP.
- Monitoramento e manutenção: As configurações com IP dinâmico exigem maior monitoramento e possivelmente mais manutenção para garantir que o túnel permaneça operacional e seguro.
Em resumo, embora seja benéfico e menos complicado ter um IP público fixo em uma extremidade do túnel no MikroTik, existem diversas soluções técnicas para configurar e manter túneis quando isso não for possível.
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